[Download + Review] Marcado pelas girlbands, Reino Unido abre espaço para o JLS

Rafael Maia

Eles não são bonitos. Eles não são ricos. Eles vieram de um show de calouros da TV do Reino Unido. Para completar, eles não ganharam a competição. Seria a receita certa para o fracasso, se eu não estivesse falando do JLS.

A dois meses do final de 2009, Aston, Marvin, Jonathan e Oristé lançaram o cd mais refrescantemente pop do ano. Se o som é inovador? Nem de longe. Ele é tudo de que se tem feito há decadas na música pop. Então por que chamá-lo refrescante? A resposta é simples: ele é verdadeiro.

Os garotos de Londres formaram a banda em 2007. Inscreveram-se no X-Factor em 2008 do produtor e jurado mais famoso da história Simon Cowell, cresceram a cada semana, chegaram à final, mas não levaram o primeiro lugar. Alexandra Burke, que recém lançou seu primeiro álbum e o single Bad Boys, fazia apresentações impecáveis. Os meninos, bom, não eram tão perfeitos assim.

'Beat Again', primeiro single do álbum 'JLS'

Veio o ano de 2009 e um contrato para a banda inglesa. O lançamento do primeiro single 'Beat Again', em julho, foi estelar: primeiro lugar no UK Charts da Radio 1 da BBC. Em setembro, no MOBO Awards, eles bateram a ex-colega Alexandra Burke, Tinchy Strynder, N-Dubz e o ralmente bacana Chipmunk e, sem um álbum físico lançado ainda, ganharam os prêmios de Revelação e de Melhor Música.

Nada disso, contudo, sem justificativa. O esperado álbum, com lançamento oficial agendado para domingo, 8 de novembro, vazou hoje na rede. É visível no rosto do JLS, e audível em suas vozes, que eles não estão brincando. A paixão, a determinação e a vontade dos meninos de dar certo entusiasma qualquer apaixonado por música pop que consiga não soar mais descartável do que o rótulo pressupõe.

'Everybody in Love', segunda música de trabalho

O Reino Unido, que tem a música pop marcada pelas bem-sucedidas girlbands, vive um momento favorável para que o JLS se destaque. As Spice Girls até tentaram, mas jamais voltarão. As Sugababes ainda tentam, mas, com a saída de Keisha Buchanan, elas sofreram um golpe brutal que culminou com a perda da identidade musical do grupo, o que pode significar o fim da linha para as meninas. As Girls Aloud, bom, essas continuarão. Mas alguém consegue vislumbrar um futuro brilhante para elas quando a mais cobiçada integrante, Cheryl Cole, testa a carreira solo e emplaca álbum e primeiro single no topo das paradas?

Enfim. Na terra da Rainha, é a vez do JLS reinar. E, ao que parece, os meninos reinarão com propriedade. E sozinhos.

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