23.8.09

[Review] - Arctic Monkeys joga fora jovialidade e faz álbum sombrio - [2009]

rafael maia


Se é verdade que, com o avançar da idade, todos ficamos mais sérios, mais serenos, mais pacientes, então não haveria de ser diferente com os rapazes do Arctic Monkeys. Hoje mais velhos, a notável nova pele que reveste a banda britânica é refletida nas letras mais sisudas e na produção mais sombria de 'Humbug', terceiro álbum de estúdio que será lançado oficialmente amanhã, 24, no Reino Unido.


Acostumados com as músicas 'I bet you look good on the dancefloor' ('Whatever people say I am, that's what I'm not'; 2006) e 'Brianstorm' ('Favourite Worst Nightmares'; 2007), o primeiro single do novo álbum, 'Crying lightning', soa bastante estranho aos ouvidos dos fãs da banda. Mais tarde, ao se ouvir o álbum todo, percebe-se, que, na verdade, a sobriedade e a escuridão da produção musical percorrem todas as dez faixas de 'Humbug'

E é aí que, ao meu ver, está a graça do álbum e o sentido de sua existência. Ele é diferente e válido na medida que mostra uma nova visão musical dos Monkeys, mas ainda guarda a essência dos meninos ingleses. 'My Propeller', música que abre o 'Humbug', 'Cornerstone', que tem um quê de rock progressivo suave, e a excelente 'Crying lightning' merecem ser ouvidas mais de uma vez para que se preste atenção às melodias e às letras, que são simples, porém inteligentes.

O que poderia trabalhar contra a imagem jovem e vivaz do Arctic Monkeys funciona a favor da consistência da banda, que se traduz no frontman Alex Turner mais seguro, com a voz mais madura e mais sexy in different ways. O álbum é uma obra bem construída, fechada, em que o guitarrista Jamie Cook, o baixista Nick O'Malley, o baterista Matt Helders e o vocalista, que também leva as guitarras, parecem ser peças de um quebra-cabeça em que cada um sabe com exatidão o lugar que ocupa.

No Brasil, o álbum tem estreia prevista para o dia 7 de outubro de 2009. Enquanto o trabalho não chega por aqui, veja vídeo do primeiro single de 'Humbug'.


Para quem quiser fazer download do álbum, a comunidade do Orkut Discografias oferece boas opções.

5 comentários:

  1. To vendo que tu gostas de mudanças. Deves ter adorado também o último CD do Franz que para mim não fez sentido algum. Depois de umas três escutadas eu entrei no espírito e agora sou fãzão. Acho que o mesmo aconteceu com The Killer no Day & Age. Seria uma tendência?

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  2. Também achei o álbum tão bom. Pela simplicidade, e por essa coisa muito bem metaforizada no texto, das pedras de quebra-cabeça, características fortes nas músicas do am. Gostei mais de 'Pretty Visitors', 'My Propeller' e, claro, 'Crying Lightning'(confesso que já cheguei a enjoar dessa!). ótimo post sobre o igualmente ótimo álbum.

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  3. Com o passar dos albuns seria natural a mudança. O AM se superou por evoluir sem perder a marca da banda :)

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  4. Hey rafa, eu namoro o batera do AM! ;) HAUHAUAHAUHSUA vem pra pira curtir um show com a gente!!! >_<

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  5. Realmente esse é um album um pouco diferente dos anteriores do Arctic Monkeys,mas eu como fã deles aprovei a mudança.Pra quem ouviu o disco do Last Shadow Puppets e gostou,não é nenhum sacrifício ouvir o Humbug,porque ele vai ne mesma linha do projeto solo de Alex Turner.No fundo,já era realmente a hora de deixar o jeito jovial para trás e provar o talento da banda para aqueles que duvidavam dele através de um disco mais maduro.É um disco muito criativo,em que ótimas faixas como Crying Lightning,My Propeller e mesmo a baladinha Cornerstone provam que o Arctic Monkeys cresceu e apareceu.

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