9.8.09

[Review] - Florence + The Machine - Lungs [2009]

por Rafael Maia

"A música é uma espécie de mágica que te inspira e te transporta para um outro lugar", afirmou Florence Welch, a vocalista pálida do Florence + The Machine, em entrevista à rede de televisão inglesa BBC.


Florence And The Machine - Dog Days Are Over (HQ)

O primeiro CD da banda de Londres, o Lungs, é mais ou menos isso mesmo. Lançado nesse ano, Lungs (pulmões, em tupiniquim), tem um quê de mágico que oferece a quem ouvir o álbum uma viagem para outro lugar em 13 faixas, com tudo de bom e de ruim que existe nisso. Esquece-se um pouco da realidade tocável desse mundo e se viaja com as letras bem escritas e com o ar épico das músicas. Mas o mundo de Florence é tão abrangente que se tem de ter cuidado para não se perder nele.

O histórico da banda não é pequeno, apesar do pouquíssimo tempo de existência: eles venceram o Critic's Choice no Brit Awards desse ano, tocaram com o Blur num show no Hyde Park e foram convidados pro Glastonbury Festival. O CD vem com nomes de peso por trás: Paul Epworth, James Ford e Steve Mackay, que produziram bandas como Bloc Party, Arctic Monkeys, Last Shadow Puppets e a M.I.A. É um projeto ambicioso, feito para dar certo. Não há nada de simples ou humilde no som do Florence. Mas há, principalmente, uma obra muito bem feita, com todas as baterias, guitarras, banjos, bandolins e até harpas a que ela tem direito.

O álbum é pop, um pop mais ousado e, por isso, mais palatável do que o que toca nas principais rádios do mundo, mas também promove passeios pelo folk, jazz, soul e pelas tradicionais batidinhas eletrônicas da Inglaterra, que influenciaram o gostosinho It’s Not Me, It’s You da Lily Allen e sempre foram a base do trabalho da madura Goldfrapp, por exemplo.



O vocal nada seco, cheio de vida e, por vezes, exagerado de Florence Welch dão graça e consistência à banda , que, felizmente, não se limita a algumas músicas boas somente. ‘Kiss with a fist’, single de estréia , é um indie-rock inocente pra dançar. É a sonoridade mais americanizada do álbum e tem um quê de Jenny Lewis with the Watson Twins e Rilo Kiley. ‘Dog Days are over’, segundo single, é a música mais feliz e empolgante do álbum, e com o vídeo mais colorido também. Mas, para mim, as melhores músicas são a oitentista Rabbit Heart (Raise it Up), que nos presenteia com um vocal seguro e vivaz de Florence, a quase baladinha Between Two Lungs e a Drumming, forte e arrebatadora como a descoberta da paixão que a música canta.

Florence + The Machine é dessas coisas que não se encontra todo dia, nem todo ano, na música pop. É um pop colorido e envolvente. É música pra dançar, ou sentir, com braços pro alto, mas que não tem medo de buscar referências em outras áreas da música, mastigá-las, interpretá-las e construir uma obra consistente e de ótima qualidade.


















6 comentários:

  1. ótima resenha! quando abri a página e dei de cara com a primeira foto pensei: "porra! mas a zooey deschanel já tem outra banda?". cara, ela tá igualzinha nessa foto! vc tem certeza que não é a zooey? hahahaha.

    gostei muitíssimo do que me foi apresentado! encontrei realmente coisas da Rilo Kiley aí no meio... mas também encontrei na batida alguma coisa das mais animadinhas da Feist, como "I Feel It All" e "Past In Present". me deu vontade de conhecer o álbum todo. acho que pra quem não conhece o trabalho, a proposta da resenha é essa, não? atiçar o desejo de se aprofundar?

    parabéns pelo blog, rafinha e amigo do rafinha! ;)

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  2. suas palavras, apaixonantes, como sempre (: e florence + the machine nao deve ser diferente, haha.

    demais, rafa ♥

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  3. Bah! Eu curto muito essa banda! Boa escolha, Maia!
    To torcendo para que teu blog de super certo. Curto um monte críticas sobre música. Se faltar fonte eu posso te conseguir vários D/Side songs e albuns. :P
    Parabéns pela iniciativa.

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  4. acabo de ver uma opinião bem diferente:

    http://www.noize.com.br/2009/08/09/florence-and-her-week-machine/

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  5. Adorei o blog e já linkei no meu!
    E Florence... bons ventos ao pop!
    Abção
    Pitango
    www.tchubaduba.blogspot.com

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  6. Nossa senhora, no Drumming Song a vocalista começa igual a Jenny Lewis, me assustei =B
    Legal, por esse clipe parece ser uma mistura de Jenny Lewis com Angra, bem curioso, mas bem produzido
    Mas tem alguma coisa q me parece meio artificial, não é bem artificial a palavra, mas não me soa natural essa mistura, parece q foi forçado
    Agora em Dog Days Are Over soa mais natural a voz dela, me pareceu pelo menos, e o clipe começa uma mistura de Wine in the Afternoon com Fluorescent Adolescent, legal, e depois fica bem empolgante, bem melhor esse clipe, na minha opinião
    E ela lembra nele a vocalista do 4 non blondes, aquela banda composta só por mulheres q fez muito sucesso com uma música só, vários anos atrás, e um pouquinho a Katy Perry também
    Então, esse clipe deu mesmo mais vontade de conhecer a banda, vou procurar mais depois pra ouvir
    E bom texto, bem escrito, vou ajudar a divulgar o/

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